O Lollapalooza 2025: Mais do que Música, Uma Experiência de Consumo e Entretenimento
Nando Vasconcelos
Apaixonado por palavras e histórias, dedica-se à leitura como forma de entender o mundo. No Famosos do Mundo, une sua paixão por comunicação com o interesse por celebridades, trazendo comentários envolventes sobre atores, atrizes, novelas, cinema e tudo o que agita o universo dos famosos — sempre com um olhar atento e curioso sobre a cultura pop e seus bastidores.
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ToggleO Lollapalooza 2025 não se resume apenas aos shows de grandes artistas em seus quatro palcos, como muitos poderiam pensar.
Ao contrário, o festival se apresenta como uma plataforma multifacetada de entretenimento, onde, nos intervalos de apresentações, a experiência do público se estende para muito além da música.
Mas será que todas essas ativações e “experiências” agregam ao evento, ou, ao invés de enriquecer, elas distraem da essência do que é um festival de música?
A Roda-Gigante e as Longas Filas: O Lolla Como um Parque de Diversões?
Um dos atrativos mais populares do Lollapalooza, a roda-gigante, ilustra de maneira perfeita essa transformação do festival em um espaço de consumo e entretenimento secundário.
Embora seja uma atração visualmente imersiva, sua demanda excessiva, refletida nas longas filas que se formam com o avanço do dia, faz com que a experiência se torne mais um teste de paciência do que um momento de lazer genuíno.
A situação é ainda mais frustrante quando o tempo se torna um fator limitante, como ocorreu com a interrupção da roda-gigante devido ao mau tempo, onde os participantes perderam horas de diversão devido à segurança.
É possível perceber que, ao invés de promover uma interação direta com o evento musical, a roda-gigante se torna uma distração, absorvendo o público de forma quase mecânica, com o único objetivo de “encher” o tempo entre os shows.
O evento, que deveria ser uma celebração da música e da arte, acaba se diluindo em uma série de atrações que desviam a atenção dos aspectos mais autênticos do festival.
Ativações de Marcas: Entre o Consumismo e a Diversão
Em um mundo onde marcas buscam cada vez mais formas de se conectar com o público jovem, o Lollapalooza se transforma em um campo de ativação publicitária em grande escala.
Desde o estande da Kiko Milano, com maquiadores aplicando produtos para promover a marca, até o quiosque da Coca-Cola, que oferece festas com DJs e distribuição gratuita de refrigerantes, fica claro que o evento vai muito além de ser um simples festival de música.
Embora muitas dessas ativações sejam interessantes e proporcionem momentos divertidos para o público, elas trazem à tona uma questão crucial: até que ponto o Lolla ainda é um espaço de liberdade e arte, quando o consumo se torna a verdadeira estrela?
A demanda por brindes e a busca incessante por itens promocionais, como bolsas, gloss e gadgets, parecem indicar que, para muitos, o festival é tão atraente pelas experiências de consumo quanto pelos shows que acontecem nos palcos.
A longa espera para participar das ativações, como as filas para ganhar brindes ou se maquiar, reflete o desejo do público de fazer parte de algo maior, mas também revela uma mudança no foco do evento.
Em vez de ser um espaço de pura expressão artística, o festival de música se torna, para muitos, uma oportunidade para colecionar lembranças de marcas, um reflexo de uma sociedade de consumo excessivo e, muitas vezes, impessoal.
O Tinder no Lolla: Paquera ou Autêntica Experiência Social?
A presença do Tinder no festival, distribuindo “pulseiras do match” para facilitar o encontro entre solteiros, também levanta questões sobre a autenticidade das interações.
Um festival, tradicionalmente um local de encontro e celebração de diferentes culturas, parece estar se tornando uma arena para experiências superficiais de relacionamento, em vez de uma oportunidade para a construção de conexões genuínas.
Enquanto a paquera tem seu lugar em qualquer evento social, a proposta de reduzir o Lollapalooza a um evento de consumo e encontros rápidos torna-se uma reflexão sobre a superficialidade das interações contemporâneas.
A Experiência de Beleza: A Customização de Imagem ou a Perda da Essência do Evento?
Ao observar o espaço da Sadia, onde o karaokê toma conta e os participantes recebem seus nuggets e pochetes, ou as atividades no estande da Riachuelo, com sorteios e maquiagens personalizadas, uma pergunta central surge: qual o valor real dessas experiências no contexto do festival?
Mais uma vez, vemos um exemplo claro de como o evento se transforma em um espaço de entretenimento e marketing, ao invés de se concentrar na verdadeira essência do festival de música.
Esses momentos são certamente divertidos, mas em muitos casos, parecem ser uma forma de desviar o foco do que realmente importa: a música e a cultura.
O Lollapalooza Está Perdendo Sua Alma?
Com tantas ativações de marcas e experiências de consumo em jogo, a verdadeira alma do Lollapalooza, que sempre foi a celebração da música, da cultura jovem e da liberdade, parece começar a ser ofuscada.
Experiências como a roda-gigante, o karaokê, e as ativações de marcas trazem um aspecto de entretenimento paralelo, que pode, sim, agradar ao público, mas ao mesmo tempo, gera uma reflexão importante sobre o quanto essas ativações realmente agregam ao festival como um todo.
À medida que as marcas se tornam parceiras essenciais no evento, o verdadeiro questionamento que fica é se o Lolla ainda é, de fato, um festival de música ou se está se transformando em uma gigantesca vitrine de marketing e consumo.
Enquanto os fãs de música continuam a celebrar a performance ao vivo, é preciso questionar até que ponto o Lollapalooza deve abraçar essa era de superexposição publicitária e experiências fugazes de consumo, ou se deve voltar às suas raízes como um evento que celebra a arte e a liberdade de expressão musical.
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FAQ – Perguntas e respostas
O que torna o Lollapalooza 2025 diferente de outras edições do festival?
O Lollapalooza 2025 vem se consolidando como muito mais do que um evento musical. Nesta edição, o festival aposta fortemente em experiências sensoriais e interativas, incluindo espaços temáticos, ativações de marca imersivas, áreas de bem-estar e sustentabilidade, além de uma curadoria gastronômica sofisticada. A proposta vai além dos shows: é transformar o evento em uma jornada de consumo consciente e entretenimento multidisciplinar. O público não apenas assiste aos artistas, mas vivencia um universo construído para engajamento e expressão individual.
Como o festival tem integrado marcas e experiências de consumo ao seu ambiente?
O Lollapalooza 2025 elevou a integração com marcas a um novo patamar. As ativações não são apenas espaços promocionais, mas experiências imersivas que conversam diretamente com o estilo de vida do público. Desde estandes com tecnologia de realidade aumentada até lounges interativos com brindes personalizados, as marcas investem em narrativas envolventes e em conteúdos exclusivos para redes sociais. Tudo é pensado para que o participante se sinta parte de algo maior, e não apenas um consumidor passivo. É entretenimento com propósito comercial bem alinhado.
Quais são as principais atrações musicais e como elas influenciam a experiência do evento?
Embora o festival traga nomes consagrados da cena internacional e artistas em ascensão, a curadoria do Lollapalooza 2025 prioriza diversidade e representatividade sonora. Os shows são pensados para atender diferentes tribos, do pop ao rock alternativo, do rap ao eletrônico. Mais do que assistir a um artista, o público participa de um espetáculo sensorial com luzes, telões e tecnologia de ponta. A experiência musical é elevada a um nível emocional, fazendo com que cada apresentação seja uma memória marcante dentro do evento.
De que maneira o Lollapalooza 2025 promove sustentabilidade e bem-estar?
O festival tem adotado uma abordagem cada vez mais responsável com o meio ambiente e com a saúde do público. Nesta edição, há uma forte presença de ecopontos de coleta seletiva, uso de energia limpa e incentivos ao transporte coletivo e bicicletas. No campo do bem-estar, foram criadas áreas de descanso com sombra, espaços de meditação, estações de hidratação gratuita e opções de alimentação saudável e vegana. A ideia é oferecer entretenimento sem abrir mão do cuidado com as pessoas e com o planeta.
Como o público tem reagido a essa nova proposta de experiência além da música?
O retorno do público tem sido amplamente positivo. A maioria dos frequentadores reconhece que o Lollapalooza 2025 oferece muito mais do que shows: é um evento onde é possível se conectar, se expressar e viver algo único. Jovens, famílias e até mesmo pessoas mais velhas estão aproveitando as diversas atrações paralelas ao palco. A combinação de música, lifestyle, tecnologia, arte e consumo responsável tem feito do festival um dos mais completos do país, transformando-o em um fenômeno cultural que transcende o entretenimento tradicional.
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